Passagem do fogo simbólico celebra Independência do Brasil na Bahia em Camaçari
Neste domingo (30/6), em uma celebração significativa, alusiva à Independência do Brasil na Bahia, que comemora 201 anos, Camaçari acolheu, pelo segundo ano consecutivo, a passagem do Fogo Simbólico do 2 de Julho, evento histórico, que nesta edição traz como tema “O Caboclo é nosso, é de Camaçari”, enfatizando o orgulho e a identidade cultural do município.
A tocha, trazida de Dias d’Ávila, após passar por Mata de São João, percorreu diversos bairros e avenidas de Camaçari. Além disso, o evento ofereceu uma programação festiva, que incluiu atividades culturais, cívicas e esportivas, proporcionando um momento de civismo, celebração e união para toda a comunidade.
O ato solene, realizado no Paço Municipal da Prefeitura de Camaçari, contou com a execução dos hinos cívicos pela Filarmônica 28 de Setembro e o hasteamento das bandeiras do Brasil, da Bahia e de Camaçari. Na oportunidade, o prefeito Elinaldo Araújo destacou a importância do evento e a honra de receber o fogo simbólico. “Fico feliz por nossa Camaçari, em especial pelo povo de Abrantes, por seguirmos participando da simbologia e dos festejos pela Independência da Bahia”, pontuou o gestor, que também participou da condução da tocha.
A proposta do tema, da passagem do fogo simbólico, foi indicação do professor, historiador, pesquisador e escritor camaçariense Diego Copque, que, em sua obra literária “A presença do Recôncavo Norte da Bahia na Consolidação da Independência do Brasil”, destaca a importância histórica do capitão-mor dos índios da Vila de Abrantes, Joaquim Eusébio de Santa Anna, na expulsão dos portugueses da Bahia e na Independência do Brasil.
Segundo Diego Copque, “devemos lembrar que a luta pela independência não foi apenas dos grandes nomes conhecidos, mas também dos guerreiros indígenas e caboclos da nossa região. Eles foram fundamentais na defesa e na conquista da liberdade, que hoje celebramos. A história precisa reconhecer e honrar esses heróis que lutaram pela consolidação da independência do Brasil na Bahia”, enfatizou.
Durante o percurso, diversas manifestações culturais enriqueceram a celebração, como a apresentação do Movimento Percussivo Beira de Rua e o Samba da Independência, com shows dos grupos Samba Chula Filhos de Oyó, Samba na Praça e D’Resenha, que animaram o público e reforçaram o espírito festivo.
A titular da Secretaria da Cultura (Secult), Márcia Tude, celebrou a passagem do fogo simbólico destacando que, “é mais um momento de expressão da nossa cultura popular, onde os grupos podem mostrar o seu trabalho e podemos festejar pela nossa capacidade de lutar e de vencer uma guerra, mas também de agregar pessoas em prol de um único objetivo, como hoje”.
Compartilhando do mesmo pensamento, o gestor da pasta do Esporte, Lazer e Juventude (Sejuv), Luciel Neto, concluiu que, “é uma oportunidade única para reafirmar nossa identidade cultural e fortalecer os laços comunitários. Um momento de grande significado para todos nós”, pontuou.
Durante a passagem do fogo simbólico, a população estava em festa. Como foi o caso do mecânico industrial Joselito Reis Rosa, 72 anos. Amante da cidade, que o acolheu há mais de 50 anos, ele sempre faz questão de acompanhar todas as festividades do município, principalmente as cívicas. Só que desta vez foi ainda mais especial, pois ele fez parte, pelo segundo ano consecutivo, do grupo de 40 pessoas que participaram da corrida com a tocha pelas ruas e avenidas de Camaçari. “Ano passado fui um dos primeiros a me inscrever e acredito que esse ano também. Considero como um sonho realizado poder honrar a cidade que me recebeu e deu oportunidades para que eu construísse minha vida e mantivesse minha família. Quero continuar participando enquanto vida e saúde eu tiver”, falou orgulhoso.
Acompanhando do filho Davi Figueiredo, o ciclista Alberto Souza Figueiredo, 8 e 40 anos, respectivamente, foi prestigiar a passagem do fogo simbólico pela primeira vez. “Eu sempre vejo a cerimônia pela televisão, mas dessa vez tive a oportunidade de ver ao vivo na minha cidade. Acho o evento muito bonito, pois valoriza e chama a atenção para as nossas lutas. Por isso, também, fiz questão de trazer meu filho, para criar nele o senso de civismo e de amor à nossa história”.
Ainda participaram da condução da tocha do Fogo Simbólico do 2 de Julho, atletas do município, habilitados através da Sejuv. O roteiro, que compreende o Recôncavo Norte, no município, teve início do trajeto na Via Frontal, no Polo Industrial de Camaçari, quando seguiu para a Rodovia BA-093, que liga a Simões Filho, e BA-512, nas imediações da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) – Campus Camaçari.
A tocha passou, ainda, pelos bairros Santo Antônio e São Vicente, pela Avenida 28 de Setembro, Praça Abrantes, Rua Adelina de Sá, Centro Comercial, Praça Desembargador Montenegro, Rua Eixo Urbano Central, Rua do Alecrim, Avenida Luís Eduardo Magalhães, e Rua Francisco Drumond.
Em seguida, pela Rua do Contorno do Centro Administrativo, avenidas Jorge Amado e Industrial Urbana, Estrada da Cascalheira (BA-531), Cajazeira de Abrantes, Estrada do Coco (BA-099), próximo às margens do Rio Joanes, no limite com Lauro de Freitas. No dia 1º de julho (segunda-feira), se fundirá ao fogo simbólico vindo de Cachoeira, no município de Simões Filho, integrando o percurso tradicional até chegar a Salvador.
Para garantir segurança e mobilidade urbana durante a passagem da tocha, a Superintendência de Trânsito e Transporte Público (STT) de Camaçari realizou bloqueios parciais nas vias, com a participação de 32 agentes da autarquia, que atuaram com suporte de 15 viaturas, incluindo veículos de quatro e duas rodas.
Durante a cerimônia estiveram presentes o presidente da Câmara Municipal de Camaçari, vereador Flávio Matos; bem como demais autoridades. A primeira-dama do município, Ivana Paula também participou do evento.