Falta de saneamento causa mais de 93 mil internações no Nordeste em 2024, aponta estudo

A precariedade do saneamento básico segue impactando diretamente a saúde da população nordestina. Em 2024, a região registrou mais de 93 mil internações por doenças associadas à falta de saneamento, segundo o Instituto Trata Brasil. O número representa 27,2% das ocorrências em todo o país.
Os estados com maior incidência são o Maranhão (32,1 mil casos), Bahia (24,2 mil), Ceará (12,2 mil) e Pernambuco (8,2 mil). De acordo com o levantamento, 77% das internações são causadas por doenças de transmissão feco-oral, como diarreias e infecções intestinais, que poderiam ser evitadas com acesso adequado à água tratada e ao esgoto.
Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) mostram que mais de 13 milhões de pessoas ainda vivem sem água potável no Nordeste e quase 38 milhões não têm coleta de esgoto. Todos os dias, o equivalente a 1,4 mil piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento é despejado no meio ambiente, agravando os riscos sanitários e ambientais.
Além de comprometer a saúde pública, o problema pressiona o Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2024, os gastos com internações relacionadas à falta de saneamento ultrapassaram R$ 42,7 milhões, sendo R$ 31,2 milhões destinados ao tratamento de doenças feco-orais.
O estudo reforça que a universalização do saneamento básico é essencial para reduzir a incidência de doenças, aliviar o sistema de saúde e melhorar a qualidade de vida da população. O avanço da infraestrutura, segundo o Trata Brasil, também contribui para o desenvolvimento social, econômico e ambiental da região.