Prefeito de Camaçari diz que vai pedir intervenção da PF nas eleições após casos de abuso de poder, ameaça e coação de eleitores
O prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (União Brasil), afirmou nesta segunda-feira (30) que pretende pedir intervenção da Polícia Federal nas eleições no município após sucessivos casos de abuso de poder, ameaça e coação de eleitores. Ele diz que as situações têm ocorrido após a chegada na cidade do tenente coronel Wellington Morais Santos, que, segundo o prefeito, tem conduta truculenta e não adota medidas para coibir práticas irregulares de adversários.
Em entrevista a uma rádio, Elinaldo pediu ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) e ao comandante-geral da Polícia Militar, Paulo Coutinho, que o tenente coronel seja afastado de suas funções no município. Caso contrário, irá pedir a intervenção federal para garantir a lisura do processo eleitoral em Camaçari e evitar que uma tragédia aconteça.
“Conversei com alguns deputados federais com quem tenho relação para pedir intervenção da Polícia Federal na eleição de Camaçari. Não pela Polícia Militar, que eu respeito muito. Espero que o governador Jerônimo tome uma providência de afastar esse comandante. Aqui tem lugar que estão coagindo as pessoas, dizendo que se votar elas voltarem no time azul vão ser retaliadas depois. Espero que o governador tome as providências. O plano B é que a PF venha acompanhar a eleição aqui em Camaçari”, afirmou.
Elinaldo parabenizou o trabalho da PM e disse que a prefeitura tem um convênio de R$5 milhões anuais para custear transporte, combustível, alimentação e alugueis das forças de segurança na cidade. O município conta com a 59ª CIPM e o 12º Batalhão. Contudo, ele ressaltou que o comportamento do tenente coronel Wellington diverge da atuação da polícia na cidade. “Eu não concordo com a maneira que ele veio direcionado. Alguns até dizem que ele sentou com o vereador Tagner (PT) e com Caetano (candidato a prefeito), foi uma articulação deles”, disse.
O prefeito relatou outros casos que estão acontecendo. Segundo ele, mulheres vestidas com camisas azuis foram obrigadas a tirar as roupas. “Tem localidades que estão largando mulheres de sutiã na rua, pessoas ligadas ao PT em locais que obrigam elas a tirar a camisa, deixar de sutiã e ninguém toma providência de nada. Estão oprimindo o povo de Camaçari para não deixar o povo andar de azul”, disse.
Ele também contou sobre um caso de violência contra um vereador e que nada foi realizado. “Deram tapa em Dudu (vereador) na Gleba E, teve uma confusão em Abrantes. A maioria dos PMs não concorda. A nossa cidade não precisa de comandante desse tipo para oprimir as pessoas, querer coagir as pessoas”, relatou.